terça-feira, 27 de abril de 2010
lagartos
O lagarto é um réptil estreitamente relacionado às serpentes. Alguns deles chegam a parecem-se muito com cobras, enquanto outros assemelham-se a cobras providas de pernas. Diversos lagartos grandes parecem-se bastante com os crocodilos, como é o caso do dragão de Komodo. Sob a designação de lagartos incluem-se animais de múltiplas formas, tamanhos e cores. Eles têm modos muito diferentes de movimentar-se e de defender-se. Os cientistas identificaram quase três mil espécies diferentes de lagartos.
Os lagartos pertencem à classe dos répteis, Reptilia. São membros da ordem Squamata e integram a subordem Sauria (Lacertilia). São animais pecilotérmicos (de sangue frio), ou seja, não conseguem manter seus corpos muito mais aquecidos ou mais frios que a temperatura de seu meio circundante.
Como os lagartos não têm o controle da temperatura corporal de que são dotados numerosos outros animais chamados homeotérmicos, a maioria deles vive em locais em que o solo jamais congela. Aqueles que vivem em regiões de inverno rigoroso precisam hibernar subterraneamente. Os lagartos se dão bem nos trópicos e nos lugares quentes das zonas temperadas. Constituem os répteis encontrados mais freqüentemente nos desertos e em outras regiões secas. Quando o deserto se torna extremamente quente, os lagartos se ocultam nas sombras ou escondem-se embaixo da areia para escapar aos intensos raios solares.
Os menores lagartos conhecidos pelos naturalistas têm somente alguns centímetros de comprimento. O maior lagarto é o dragão de Komodo. Esse enorme lagarto da ilha de Komodo e de outras ilhas pequenas da Indonésia alcança cerca de 2,5 a 3 metros de comprimento e pode pesar aproximadamente 140 kg. Se alimentando de grandes animais como búfalos, veados, porcos e cavalos selvagens na fase adulta. Até os 5 anos de idade o “dragão” vive apenas nos galhos das árvores, se alimentando de insetos e outros lagrtos menores e, especialmente, evitando ser comido por outros lagartos de sua espécie. O dragão de Komodo pertence a um grupo de lagartos conhecidos como monitores. Outros monitores atingem um comprimento de cerca de 2 m. Esses lagartos vivazes são achados na Índia, na África e na Austrália.
Uma das características mais notáveis dos lagartos é sua diversidade de maneiras de se deslocar.. Há mais de 60 milhões de anos lagartos gigantescos chamados mosassauros nadavam nos mares. Mesmo nos dias de hoje, monitores gigantes às vezes nadam de uma ilha para outra. Nenhum dos lagartos atuais pode voar, mas um pequeno grupo existente no sudeste da Ásia é capaz de saltar de uma árvore para outra como os esquilos-voadores. Esses lagartos são os chamados dragrões-voadores. Eles podem expandir uma prega de pele ao longo de cada lado de seu corpo ao movimentarem algumas costelas longas. Essa prega de pele desfraldada forma um tipo de "vela" que os dragões-voadores podem usar para deslizar através do ar.
A maioria dos lagartos, porém, vive no solo ou nas árvores. Mesmo no solo, os lagartos têm diferentes maneiras de se movimentar. Muitas pessoas, na América, conhecem os pequenos e rápidos lagartos que correm precipitadamente sobre velhos muros e troncos abatidos. Alguns gecos, lagartos que passam grande parte do tempo nas árvores, são providos de garras que podem encolher, como o fazem os gatos. Seus pés também têm coxins macios com minúsculos ganchos semelhantes a escovas. As garras prendem-se a superfícies ásperas, como a casca das árvores, enquanto os coxins aderem a superfícies mais lisas. O geco, assim como as lagartixas, pode caminhar com o dorso voltado para baixo, sem qualquer dificuldade, ao longo de tetos e telhados, e pode ainda agarrar-se às vidraças. O lagarto franjado da Austrália é um exemplo dos diversos lagartos que conseguem correr levantando a parte dianteira de seu corpo e movimentando-se com as pernas traseiras. Ele mantém o equilíbrio com a sua cauda.
Numerosos lagartos que vivem no solo não possuem pernas, como os pequenos lagartos africanos do gênero Scincus. Outros lagartos do mesmo gênero têm pernas fracas, quase inúteis. A cobra-de-vidro da parte leste dos E.U.A. é, na realidade, um lagarto sem pernas. Ao contrário das cobras, porém, esse animal tem pálpebras bem desenvolvidas.
Os lagartos defendem-se de muitas maneiras. Como as cobras, recorrem habitualmente a truques ou iludem seus inimigos. A cobra-de-vidro possui um dos métodos mais incomuns de defesa. A cauda desse lagarto tem o dobro do comprimento de seu corpo e é tão quebradiça quanto um galho velho e seco. Quando algum inimigo agarra a cauda do lagarto, o animal desprende seu corpo da cauda e rasteja para um lugar seguro. Mas a cauda continua se retorcendo como se estivesse viva, enquanto o inimigo luta com ela. O lagarto não parece sentir falta da cauda, e, no devido tempo, desenvolve-se uma nova cauda. Vários outros tipos de lagartos podem desprender-se de suas caudas, crescendo novas em substituição.
Outras maneiras comuns de enganar seus inimigos consistem em inchar o corpo, assobiar e bater a cauda. O grande lagarto australiano da espécie Chlamydosaurus kingii é considerado um dos melhores enganadores. Este lagarto empina-se sobre as suas pernas traseiras, expande uma enorme "guarnição em godê ou babado" de cada lado do pescoço, escancara a sua boca e assobia. Esses recursos extravagantes fazem com que o lagarto da espécie Chlamydosaurus kingii pareça várias vezes maior e mais feroz do que é na realidade. Um desses grandes lagartos australianos mede cerca de 80 cm de comprimento.
Alguns lagartos não são combatentes tão inofensivos. Os monitores e seus afins utilizam as grandes mandíbulas para morder. Empregam suas caudas como chicotes e podem dar golpes cortantes. Ao contrário das cobras, são poucos os lagartos venenosos. Os únicos lagartos venenosos são o gila (Gila monster) do sudoeste dos E.U.A. e do norte do México e seu parente próximo, o lagarto-de-contas do México.
Os sapos-de-chifres (gênero Phrynosoma) dispõem de um truque fora do comum. Eles podem esguichar um jato fino de sangue de seus olhos a uma distância de 90 cm. Fazem isso quando qualquer animal ou pessoa tenta algum gesto hostil logo após terem se livrado de sua pele velha. O sapo-de-chifres não é um sapo verdadeiro, mas sim um lagarto de cauda curta. Uma série de ferrões aguçados na cabeça e numerosos espinhos no dorso dão proteção adicional a esse animal contra os seus inimigos.
Os camaleões são famosos pela maneira com que podem mudar de coloração. Muitos outros lagartos têm essa mesma capacidade. As pessoas, em sua maioria, julgam que essas modificações ajudam o animal a se proteger, mas nem sempre esta é a sua finalidade. Alguns lagartos, de fato, dependem de suas cores para proteção. Os lagartos do deserto têm, em geral, tonalidade clara, enquanto aqueles que habitam a floresta têm cores mais escuras.
As diferentes espécies apresentam combinações variadas de tons verde, vermelho, cinza, pardo, branco e preto.
A maioria dos lagartos põe ovos. Alguns depositam seus ovos em ninhos simples. A fêmea do lagarto pode enroscar-se ao redor dos ovos e expulsar quaisquer intrusos. Quando os ovos se espalham, a fêmea torna a trazê-los para junto de si.
Algumas espécies de lagartos não põem ovos, mas dão nascimento a filhotes vivos depois que os ovos eclodem no interior do organismo da fêmea. Outros lagartos, ainda, reproduzem-se de modo algo semelhante ao dos mamíferos. Antes do nascimento, o embrião em desenvolvimento obtém alimento do organismo materno. Ao contrário das fêmeas dos mamíferos, as fêmeas dos lagartos não amamentam seus filhotes, nem cuidam deles após o nascimento.
Os lagartos têm hábitos alimentares menos interessantes que os das cobras. No entanto, algumas espécies, ao contrário das cobras, comem plantas em vez de animais. Os iguanas das ilhas Galápagos alimentam-se de algas. Eles recolhem as plantas dos rochedos marinhos na maré baixa. Centenas de espécies de lagartos comem principalmente insetos e pequenos animais. Habitualmente, não restringem a sua dieta a um só alimento. Certos lagartos, como os camaleões, têm uma língua que podem disparar bem além dos limites de sua boca. Eles capturam insetos com a ponta da língua, que é revestida de muco. Outros lagartos capturam com a boca as suas vítimas. Eles engolem a presa tão logo ela pára de se debater.
O iguana e diversos pequenos lagartos são consumidos como alimento em algumas partes do mundo. Um couro fino de pele de lagarto é transformado em carteiras, sapatos, sacolas, bolsas, maletas e outros objetos de uso.
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